Uma parceria neoliberal inédita do Governo burguês de Lula&Alckmim com a Ambipar entregou a gestão de todas as terras povos originários do país para esta empresa privada controlada de fato pelo rentismo intenacional, tanto que tem um ramo bancário (Ambipar Bank) que atua em 41 países com projetos de projetos de descarbonização, economia circular, transição energética e regeneração ambiental gerando lucro recorde de 2,1 bilhões de reais em 2024 com ações em Wall Street, ou seja, toda a agenda do “Grande Reset” capitalista. O acordo foi firmado no Fórum Econômico Mundial (FEM), em Davos, na Suíça e abrange uma área de 1 milhão de km², equivalente a quase 14% do Brasil. As grandes empresas privadas vão abocanhar esse filão como ficou evidente no painel “Sustentabilidade no Futuro do Brasil” durante o FEM. A parceria coloca essas terras à mercê de interesses privados e das grandes corporações usando como pretexto a “preservação da vida e do meio ambiente”.
O protocolo de intenções foi assinado por Tercio Borlenghi Jr, presidente da Ambipar, e Eloy Terena, secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas. A entrega da gestão das terras usou como justificativas ações de combate e prevenção a incêndios, desenvolvimento sustentável e fortalecimento da resiliência em territórios indígenas. A parceria faz parte da estratégia do Governo Lula de privatizar setor de preservação das terras indígenas. As ações, segundo o governo, incluem suporte técnico para capacitação em prevenção e resposta a desastres e combate a incêndios. Além disso, estão previstos reflorestamento, projetos de bioeconomia, conservação e educação ambiental, economia circular e gestão de resíduos. “Acreditamos no poder da colaboração”, afirma Rafael Tello, vice-presidente de Sustentabilidade da Ambipar. “Essa parceria é uma importante ferramenta”, destaca Eloy Terena.
A agenda de “energia verde” com o investimento ESG promovido por Davos, só vão garantir que no futuro haja ainda menos gás, carvão ou energia hidráulica e nuclear para os povos. É um caminho para a destruição econômica mundial! Na verdade, é a meta da “energia sustentável” da ONU até 2030 ou do “Grande Ajuste” de Davos: a redução populacional em grande escala. Nós, “pobres humanos”, somos “sapos de fervura lenta”, e agora os poderes da governança global do capital financeiro estão aumentando o calor para nos matar… Os mercados de “energia verde” de hoje são manipulados para beneficiar especuladores, como fundos de hedge, ou mega-investidores como BlackRock ou Deutsche Bank, e penalizar os consumidores de energia.
A agenda da “economia sustentável” do “capitalismo verde”, publicitada pela ONU, está sendo realizada silenciosamente pelos mesmos bancos globais que criaram a crise financeira em 2008. Desta vez eles estão preparando meticulosamente o Grande Reset, para não sofrerem danos como no crash anterior. A coordenação ficou a cargo de Klaus Schwab, então “cabeça” do Fórum Econômico Mundial, dirigindo centenas de bilhões e trilhões de dólares de investimentos para as corporações preferenciais “Do Bem”, escolhidas pelo seu poder financeiro. Fora deste círculo privilegiado estão as empresas “Do Mal”, como as empresas de petróleo gás e carvão. Outra parte fundamental da preparação financeira para o Grande Reset, é a transformação fundamental de uma economia de alta intensidade energética para uma economia baixa e economicamente ineficiente, é o chamado novo “Conselho de Padrões Contábeis de Sustentabilidade”.
Os Marxistas Revolucionários defendem que os seculares donos da terra expulsem de seu território tanto os latifundiários como as empresas como a Ambipar, ONGs biopiratas e as mineradoras. A solução para o problema da preservação das terras dos povos originários, assim como dos camponeses pobres e quilombolas, está na revolução agrária, na derrota do governo burguês latifundiário de plantão e no confisco dos bens e das tecnologias das transnacionais.
Como nos ensinou o dirigente bolchevique Leon Trotsky, “A vitória da revolução é inconcebível sem o despertar das massas camponesas indígenas e lhes dará, por sua vez, o que tanto lhes falta hoje: a confiança em suas próprias forças, uma consciência maior de sua personalidade, o desenvolvimento de sua cultura… Nessas condições, nossa propaganda deve e pode, sobretudo, partir das palavras de ordem da revolução agrária, a fim de levar, passo a passo, sobre a base de sua experiência da luta, os camponeses às conclusões políticas e nacionais necessárias. Se estas considerações políticas são exatas, não se trata da questão do programa em si, mas a de saber por qual caminho fazer penetrar este programa na consciência das massas indígenas” (O problema nacional e as tarefas do partido proletário, 20/04/1935).
Para avançar a luta dos povos originários faz-se necessário que este combate aponte na perspectiva da revolução agrária com a expropriação do latifúndio produtivo sem indenizações aos latifundiários. Um verdadeiro controle da terra que atenda aos interesses dos índios, camponeses pobres e trabalhadores sem terra só pode ser realizada através da aliança com o proletariado do campo e da cidade, com a construção de comitês de autodefesa armados para impulsionar a revolução proletária e a construção do socialismo!