No final da década dos anos 60, o teórico revisionista belga, Ernest Mandel, formulou um “conceito” do que seria uma “nova vanguarda da classe trabalhadora”. Para o então dirigente do Secretariado Unificado (SU) da IV Internacional, o proletariado industrial já não seria mais a vanguarda da revolução socialista, e sim os novos segmentos da pequena burguesia, como os estudantes ou movimentos segmentados da classe média. Passados 60 anos do lançamento das teorias revisionistas de Mandel, amplamente rechaçadas por setores principistas da esquerda marxista leninista, hoje o grupo político MRT (antiga LER), revive o revisionismo da “nova vanguarda” com uma “fórmula” ainda mais degradante: “A classe trabalhadora, com as pessoas trans na linha de frente, precisa enfrentar Trump, seus capachos e o capitalismo que o sustenta”. Para os pseudo “socialistas” do MRT, a classe operária industrial já está superada historicamente pelas “novas tecnologias de produção do capitalismo”, e que agora a “nova vanguarda” da revolução socialista sãos os travestis e os movimentos identitários.
Como podemos abservar pelas posições do MRT que expomos literalmente acima, o grupo satélite do PTS argentino no Brasil, está completamente adaptado ao programa burguês “identitário” da Nova Ordem Mundial do Capital Financeiro impulsionado pelo Fórum de Davos controlado pelas grandes corporações capitalistas. Essa organização degenerada compõe a Fração Trotskista (FT) e no interior do arco da esquerda revisionista é a “ponta de lança” que proclama abertamente aqueles que se identificam como LGBTQI+ como a suposta “linha de frente” da classe trabalhadora. Essa plataforma revisionista representa uma grave concessão ideológica do campo marxista ao setor “Woke”, que pretende diluir o caráter revolucionário da classe operária em engodos policlassistas e integrados a pauta programática patrocinada pelo rentismo internacional e suas fundações “pilantrópicas”. Quando se necessita de um vigoroso chamado político para os trabalhadores e a classe operária industrial em particular saírem às ruas contra Trump, Lula e todos os governos burgueses aparece a esquerda revisionista apresentando esses segmentos como vanguarda desse combate da classe trabalhadora, descartando o papel revolucionário central do proletariado industrial nesse combate de classe.
O MRT e as direções políticas da “exquerda” assumem a concepção “Identitarista”, própria das chamadas “novas vanguardas” que para esses revisionistas são movimentos que estão acima da luta de classes e diluem completamente a luta para liquidar o capitalismo em demandas pseudo-democráticas facilmente incorporadas pelo regime burguês em suas várias facetas. Os genuínos Revolucionários não se deixam encantar pela “onda da moda” do Identitarismo burguês, ao contrário da esquerda reformista domesticada levantamos a bandeira de guerra de classes para liquidar o modo de produção capitalista! Organismos internacionais imperialistas, como a ONU e também de ONG´s, patrocinam o programa da Nova Ordem Mundial que o MRT defende justamente para substituir os princípios marxistas da luta de classes.
Frente a essa política oficial do imperialismo copiada pelos revisionistas da FT, os Marxistas Leninistas reafirmam que não fazem da defesa dos “direitos” LGBTQI+ seu centro de atuação, muito menos os apontamos como a “linha de frente” da classe trabalhadora nem caracterizamos qualquer caráter progressista em abstrato no fato de um indivíduo ser homossexual. Lutamos sim pelo amplo direito democrático da liberdade da opção sexual individual e combatemos implacavelmente qualquer forma de descriminação sexual, cultural e até mesmo religiosa desde que seja como parte da luta contra o capitalismo e não para reforça-lo.
Sem o menor compromisso de parecer “simpáticos” frente a “opinião pública” manipulada pela grande mídia corporativa, os Comunistas afirmamos que não há o menor avanço progressista e de classe nestes “novos paradigmas dos direitos LGBTQI+” patrocinados por Davos, os Democratas, as fundações capitalistas, ONG´s e a esquerda revisionista. O que o MRT proclama na realidade trata-se de uma política que serve para retardar ainda mais a luta pela verdadeira emancipação humana, destituídos de qualquer conteúdo progressista de classe que se enfrente com o regime opressor da “democracia” dos ricos.
Como a Governança Global do Capital Financeiro pretende tentar fazer crer para as massas que a luta de classes acabou, e que agora a esquerda deve tratar somente da “defesa das mulheres, dos homossexuais e negros”, independente de posição política ou classe social, a causa histórica do proletariado simplesmente perdeu de fato seu sentido de existência ideológica e programática para os revisionistas como o MRT.
Desde a LBI reafirmamos que a luta contra qualquer forma de discriminação baseada na raça, gênero, religião, cor, nacionalidade ou opção sexual está indissociavelmente integrada na luta entre ambas as classes sociais e, o que é ainda mais importante: desde a sua origem o proletariado lidera a luta contra todas as formas de discriminação, às quais traz a sua própria marca classista, que nada tem a ver com a burguesia.
Organizar a luta do proletariado mundial ao imperialismo ianque neste momento é fundamental, devemos combater do ponto de vista do Marxismo o fenômeno político do Trumpismo convocando o proletariado industrial dos EUA pelo seu papel estratégico que ocupa no modo de produção capitalista como vanguarda revolucionária desse luta, sem recorrer aos jargões identitários do reformismo e do revisionismo como faz o grupo satélite do PTS argentino no Brasil!
Em oposição a esquerda domesticada, os Marxista Revolucionários desmascaramos os charlatões que através do chamado “Identitarismo” não fazem mais que reforçar a tese revisionista de que o proletariado está superado como direção política da revolução socialista apresentando as “novas vanguardas” (luta de gênero, ecosocialismo) como eixos centrais da “utopia” de uma “economia sustentável”. Eles “esquecem” que o conceito de forças produtivas elaborado por Marx, engloba fundamentalmente a força de trabalho, ou em outras palavras, o proletariado, a força produtiva principal. Em uma sociedade que condena a maioria da população, inclusive nos países imperialistas como os EUA, à miséria absoluta as forças produtivas efetivamente deixaram de crescer e só podem voltar a fazê-lo através da Revolução Proletária que tem o proletariado industrial como vanguarda desse combate histórico estratégico!
Por fim, reafirmamos que não somos contra os travestis, muito pelo contrário, defendemos vigorosamente os direitos democráticos individuais, como as opções sexuais diversas, o aborto em qualquer circustância, ou a recusa de introduzir vacinas ou outros fármacos em nossos organismos pessoais, porém caracterizar os transsexuais como a “Linha de frente da classe trabalhadora”, significa uma degeneração ideológica completa do Marxismo Revolucionário.