Com a popularidade de Lula em “queda livre”, entrou rapidamente em cena o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, escolhido “a dedo” pelo velho pelego petista, para apresentar a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) de que Bolsonaro sabia e concordou com o suposto plano “Punhal Verde Amarelo” para matar Lula e Moraes, liderando a organização do fantasioso “Golpe de Estado” de 8 de Janeiro. Como fica evidente, Gonet promoveu a primeira seção do circo jurídico e midiático para o STF “entrar de sola” na tentativa de salvar Lula do desastre eleitoral de 2026. No picadeiro montado pelos togados e o Consórcio da Mídia Corporativa tendo a Rede Globo no comando, o bufão reacionário Bolsonaro se tornará réu e além de inelegível passará a responder a um processo penal no “Supremo”, sendo finalmente preso. Esse cenário visa possibilitar que Lula (ou seu indicado) tenha alguma chance eleitoral, o que é bastante difícil pelo grave quadro de crise social e econômica que o país está submetido pelo ajuste neoliberal aplicado pela gerência da Frente Ampla nestes dois anos de mandato presidencial gerando imenso ódio popular pelo ataque as condições de vida dos trabalhadores. Como vemos o STF saiu mais uma vez em socorro de Lula justamente porque ele foi o escolhido pela Governança Global do Capital Financeiro para ficar no Planalto até 2026 e fazer uma transição ordenada para o novo gerente a ser escolhido na farsa eleitoral que se avizinha.
Como denunciamos anteriormente os factoides sobre a ameaça do “golpismo” no país, ocuparam em 2024 as manchetes do consórcio midiático, “fake news” embrulhadas com papel de seda “democrático”, voltadas para a campanha de não deixar o reacionário Bolsonaro ter chances de concorrer novamente ao Planalto em 2026. Não resta a menor dúvida que toda essa operação midiática montada pela Globo, PGR, STF e a exquerda visa criar um cenário distracionista para dar fôlego ao terceiro mandato de Lula porque o brutal desgaste do atual governo neoliberal o conduzirá inexoravelmente a uma derrota em 2026, assim como ocorreu nas eleições municipais de 2024.
A crise do regime da democracia dos ricos ficou muito longe de ser estancada com o retorno da Frente Popular de colaboração de classes a gerência do Planalto, muito pelo contrário tem se acentuado bastante. Se levarmos em conta o crescimento do bolsonarismo no útimo período tanto no terreno social como eleitoral, teremos a dimensão política da falência do Lulopetismo em sua estratégia de conter a radicalização das massas proletárias. Muito em breve, diante do “default” do governo burguês da Frente Ampla, a Governança Global do Capital Financeiro iniciará um processo de troca da gerência estatal em sua “colônia tropical” mas tudo feito de forma lenta, segura e gradual, para que os trabalhadores não entrem em cena com seus métodos de luta.
Nesse cenário de transição, a suposta intentona golpista que teria “quase” ocorrida em 2022 é uma cínica farsa com dois cristalinos objetivos: o primeiro logicamente eleitoral, e o segundo ideológico, a apologia da democracia burguesa e do Estado de Direito dos capitalistas. A exquerda reformista embarca com tudo nos dois objetivos da classe dominante, já está completamente desprovida da estratégia conspirativa para derrubar de forma violenta e revolucionária as instituições da república capitalista.
A ofensiva neoliberal lulista para suprimir as parcas conquistas sociais da classe trabalhadora que ainda sobreviveram à avalanche neoliberal fez cair vertiginosamente a popularidade do presidente. A entrada em cena de “sola” do STF contra Bolsonaro na véspera do ano eleitoral cai como uma luva para o governo burguês da Frente Ampla, “novela” apoiada no roteiro do “circo da patuscada golpista”, uma armação canastresca saída diretamente dos estúdios da famiglia Marinho.
As novas gerações de ativistas não viveram nenhuma experiência de Golpe de Estado, nem triunfante e tampouco derrotado, por isso ficou mais fácil para o consórcio da mídia corporativa “fabricar” o espetáculo de um golpe que não saiu da folha de papel, protagonizado por um general de pijama e três meganhas “kids”, sem respaldo algum no Alto Comando das Forças Armadas e muito no Pentágono que dá a última palavra em todas as quarteladas da América Latina. Nesse contexto, o STF usa ação penal contra Bolsonaro para salvar Lula do desastre em 2026, recorrendo a farsa do golpe como pretexto, em um circo midiático e judicial que a exquerda aplaude entusiasticamente, abrindo o caminho para o crescimento da extrema-direita.