No sentido contrário ao que perpassa do “senso comum” da mídia corporativa, a China governada pelo “Partido Comunista” é o maior desaguadouro mundial do capital financeiro, acumulado pelos rentistas “anônimos” de Wall Street. A exuberância econômica do gigante asiático foi potencializada pela instalação das grandes corporações industriais norte-americanas em seu território, assim como investimentos econômicos diretos do imperialismo ianque em seu parque científico e tecnológico. Desta forma, mega empresas ianques como a Apple, Tesla, Dell, Boeing, etc…hoje tem suas suas maiores plantas de produção na China, país que constitui o maior parceiro comercial dos EUA. Na última sexta-feira, o enviado comercial da China, He Lifeng, se encontrou com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para negociar o aumento de tarifas anunciado por Trump sobre as importações da China. Apesar do estardalhaço midiático trumpista, não interessa a nenhum dos dois países a deflagração de uma verdadeira “guerra comercial”, além é claro da “guerra fake” que ocorrerá nas manchetes da imprensa mundial.
“A China não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos”, assim He Lifeng expressou séria preocupação com as recentes medidas restritivas, como o aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos à China, em declaração ao canal de televisão chinês CCTV. Já na quinta-feira passada, o Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, expressou o mesmo sentimento: “Guerras comerciais e alfandegárias são invencíveis e só prejudicam os interesses dos povos do mundo. Ambos os lados devem resolver seus respectivos problemas por meio do diálogo e da consulta, com base na igualdade e no respeito mútuo.”
A China quer negociar tarifas com os Estados Unidos. De acordo com o canal televisivo CCTV, He Lifeng e Scott Bessent: “Reconheceram a importância das relações econômicas e comerciais entre a China e os EUA e concordaram em continuar a manter a comunicação sobre questões de interesse mútuo”.
Desde o início de seu segundo mandato no final de janeiro, Trump tenta fazer das tarifas internacionais a principal ferramenta para reduzir o gigantesco déficit comercial dos EUA. No território norte-americano a capacidade de produção industrial foi quase reduzida a um país de “terceiro mundo”. No início de fevereiro, impôs uma tarifa adicional de 10% sobre produtos importados da China. A grande questão é que esses produtos chineses têm na origem do seu “DNA” financeiro a mão do imperialismo ianque.
O país asiático tem o maior superávit comercial com os Estados Unidos em termos de mercadorias: US$ 30 bilhões no ano passado. Mas na quarta-feira, Trump disse que um acordo comercial com a China era possível. Em resposta ao aumento dos EUA, a China também introduziu tarifas de 15% sobre carvão e gás liquefeito e de 10% sobre petróleo e outros produtos dos EUA (máquinas agrícolas, veículos automotores), que são muito menores em proporção.
A União Europeia quer a mesma condição que a China, negociar com os Estados Unidos. Na quinta-feira, o Comissário Europeu de Comércio também falou sobre as tensões comerciais com os Estados Unidos. Após sua reunião com o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, Maros Sefcovic disse: “Estamos totalmente preparados para reduzir os impostos de importação de todos os produtos, porque acredito que isso beneficiará empresas e consumidores em ambos os lados do oceano”.
Em resumo os grandes rentistas da Nova Ordem Mundial do Fórum de Davos, todos são apátridas e não pretendem guerra comercial alguma entre parceiros imperialistas. A única guerra real pretendida pela Governança Global do Capital Financeiro é destruir a capacidade bélica e militar dos regimes “incômodos” a sua plena hegemonia mundial, ou seja Rússia, Coréia do Norte e Irã.