A “TRAMPA” DO TRUMP: RÚSSIA NEGA QUE IRÁ ADMITIR “TROPAS DE PAZ” DA OTAN EM TERRITÓRIO UCRANIANO

INTERNACIONAL

Com já tínhamos alertado em vários artigos anteriores, a tática trumpista de atrair Moscou para uma nova etapa de “amizade” e “cooperação” entre o imperialismo ianque e a Rússia é totalmente enganosa, e nos remete as “promessas” feitas pela OTAN nos anos 90, de que não estenderia seu raio militar até as fronteiras da antiga União Soviética. Agora com o “namoro” político iniciado entre Putin e o novo gerente da Casa Branca, Trump quer convencer Moscou a aceitar o deslocamento de “tropas de paz” da OTAN para as fronteiras da nova Rússia (região de Donbass e Crimeia) como uma condição para negociar o fim da guerra na Ucrânia. A proposta do imperialismo ianque é tão absurda e letal para a Rússia que até mesmo o “enebriado” Putin foi forçado a rejeitá-la, segundo afirmou hoje o Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

No “clima” artificial da reaproximação entre os dois países, Trump tenta convencer Putin que seria possível: “Uma fórmula que seja aceitável para todos para manter a paz na Ucrânia”, na mesma “linha” das mediações com Moscou, a Casa Branca anunciou a suspensão temporária da ajuda financeira à Kiev. Trump também negocia com o governo Zelensky a apropriação das chamadas “terras raras” ucranianas (ricas em metais preciosos e petróleo) como forma de amortização da suposta “dívida” que contraíram com os EUA em razão da guerra. Acenando com investimentos financeiros imperialistas na própria Rússia, com a possibilidade do fim das sanções econômicas contra Moscou, Trump também promete desbloquear os fundos monetários russos retidos pelos países ocidentais em 2022.

Dando sequência ao encontro de cúpula ocorrido em Riad, O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, anunciou hoje que delegações da Rússia e dos Estados Unidos realizarão uma nova reunião na próxima quinta-feira em Istambul, Turquia, para discutir o fim da guerra na Ucrânia. Muito provavelmente Lavrov aborde nesta nova rodada de negociações com os EUA, a questão da presença de uma “Força de Paz” da OTAN no território ucraniano.

Entretanto até o momento da publicação deste artigo, ainda não vimos um rechaço contundente do presidente Putin na mídia russa diante da proposta do “mui amigo” Trump de deslocar o exército imperialista europeu, disfarçado de “força de paz”, até o território ucraniano. Vejamos se a Casa Branca aceitaria que a Rússia enviasse uma “força de paz” até Cuba para “garantir a segurança“ da base militar imperialista de Guantánamo… Trump já teria dado um “chilique” em suas redes sociais chamando a proposta russa de absurda e inaceitável. Porém nos preocupa muito o atual silêncio de Putin, mais além da única declaração de Peskov, sobre o descaramento trumpista.