Diante da proposta de um cessar-fogo aprovada pelos governos dos EUA e Ucrânia em Jeddah na Arábia Saudita, o Kremlin manifestou que concorda parcialmente com a proposta de “trégua”, asseverando de forma equivocada que: “O fim das hostilidades deve levar a uma paz duradoura e eliminar as causas profundas da crise ucraniana”, declarou o presidente Vladimir Putin nesta quinta-feira (13/03). Putin também enfatizou que “As decisões relativas à resolução de conflitos devem ser tomadas com base na situação real. A situação na província de Kursk está completamente sob controle russo, o grupo inimigo está em completo isolamento”, afirmou o titubeante presidente russo. Como nós da LBI já tínhamos afirmado por inúmeras vezes, a proposta trumpista para “apaziguar” o conflito militar na Ucrânia se configura como uma verdadeira “trampa” do imperialismo ianque para tentar evitar a fragorosa derrota da OTAN no campo concreto do enfrentamento entre as duas forças armadas. Não por coincidência o neofascista Zelensky que até a semana passada estava relutante em aceitar o “acordo temporário”, recebendo inclusive o aval da OTAN europeia para rejeitar o “cessar-fogo”, agora diante do seu debacle total em Kursk, correu para beijar a mão do enviado da Casa Branca em Jeddah.
O Kremlin anunciou hoje que retomou o controle da maior cidade de Kursk, região russa na fronteira com a Ucrânia que estava sendo ocupada por tropas de Kiev desde agosto de 2024. Putin visitou a região um dia após o encerramento das negociações entre delegações dos EUA e da Ucrânia, na qual Kiev falou em aceitar o “cessar-fogo”de 30 dias proposto pelos EUA e visto com “simpatia” e algumas “restrições” por Moscou. O objetivo claro da OTAN é dar um tempo para que as tropas ucranianas se reorganizem e se rearmem diante do colapso, com Washington já prometendo retomar posteriormente o envio de armas a Kiev, com a justificativa fajuta da construção de uma “força de paz”.
O comando militar russo detalhou a situação colapsada das forças ucranianas, e que há alguns dias atrás as tropas de Kiev tiveram a possibilidade de “escapar” para seu país, mas atualmente não têm mais essa possibilidade. “E se ocorrer um bloqueio físico nos próximos dias, será impossível sair de jeito nenhum, só haverá dois caminhos: render-se ou morrer!”
Por outro lado, ao concordar com uma “trégua temporária”, Putin levantou algumas questões que a Rússia enfrentaria em relação à possibilidade de chegar a um “acordo de cessar-fogo” com a Ucrânia. Putin indagou o que aconteceria com os soldados ucranianos que ainda estavam na província de Kursk: “Se concordarmos com uma trégua de 30 dias, todos lá sairão sem lutar? Devemos deixá-los sair depois que cometeram crimes em massa contra civis?”