A China domina o segmento global de energia eólica, com quatro fabricantes entre os principais participantes do setor, que registrou instalações recordes no ano passado pelo segundo ano consecutivo. Enquanto os fabricantes europeus e os norte-americanos saíram do top dez entre os fabricantes globais de turbinas, seis são chineses. O maior fornecedor mundial de turbinas eólicas é a chinesa Goldwind, com 19,3 GW com nova capacidade adicionada no ano passado. Ela é seguida por suas compatriotas Envision (14,5 GW), Windey (12,5 GW) e Mingyang (12,2 GW). A empresa Vestas da Dinamarca está em quinto lugar, com 10 GW. O interessante é que em nome da larga utilização internacional de uma “energia limpa”, clichê amplamente publicitado pelo consórcio mundial da mídia corporativa, os enormes cataventos de produção de energia eólica são os mais destrutivos da fauna e flora do planeta. A imposição da Governança Global do Capital Financeiro sobre a burocracia restauracionista chinesa, para a fabricação das mega turbinas de geração de energia elétrica através dos ventos, é a prova cabal de que o governo do Partido Comunista Chinês, PCC, é um instrumento político e econômico da Nova Ordem Mundial, ditada a partir da pauta do Fórum de Davos.
O mercado chinês foi responsável por 70% das instalações no mundo todo no ano passado. No total, 121,6 gigawatts (GW) de turbinas eólicas serão comissionadas em 2024, o dobro do número de 2019, de acordo com a BNEF. Aproximadamente 109,9 GW (90%) das capacidades adicionadas foram eólicas terrestres, enquanto 11,7 GW foram eólicas offshore, com a China sendo responsável por mais da metade das capacidades adicionadas (6,1 GW).
O mercado dos EUA se contraiu pelo quarto ano consecutivo, com 5,4 GW instalados no ano passado, o menor nível visto em uma década devido aos prazos de entrega das turbinas que quase dobraram, uma escassez de transformadores e altas taxas de juros. No entanto, apesar dos “ventos contrários” desde que o governo Trump, que se opõe abertamente à energia eólica offshore, assumiu o gerência da Casa Branca, a indústria ainda tem um número significativo de projetos em andamento. Embora os trumpistas saibam muito bem que a “demonização” do carbono, é mais um engodo farsesco do Deep State.
Os grandes impactos ambientais negativos provocados pelas usinas eólicas de geração de energia passam pela impermeabilização do solo e mudança de rota de pássaros, animais e até dos insetos. A mudança radical do ecossistema das regiões onde se instalam as torres de geração de eletricidade pode se configurar como uma verdadeira ação criminosa do capital financeiro contra a natureza.
A saúde física e mental das pessoas que vivem perto dos gigantescos parques de cataventos é diretamente afetada, provocando vários tipos de síndromes, que vão desde a perda completa da audição, até mesmo ao surgimento de tumores cerebrais. Mas para os proto-imperialistas chineses tudo isso não passa de “pequenos efeitos colaterais”, e o que realmente importa é seguir a suposta “Agenda Verde” do Fórum Econômico Mundial.
A esquerda “bricista”, tenta apresentar a atual China capitalista como o exemplo do “socialismo real”, uma especificidade socialista asiática “bem sucedida” e “autônoma” por ter tirado milhões de pessoas da linha da pobreza. Na verdade o encorpado crescimento econômico da China das últimas duas décadas e meia, com taxas anuais de quase 10%, configurando hoje o principal polo de produção industrial do planeta, consiste na combinação de dois elementos: 1) 40 anos iniciais de planificação central da economia socialista, 2) 30 anos de restauração capitalista com massivos investimentos da governança global do capital financeiro no país. A síntese “contraditória” destes dois fatores históricos, em distintas etapas, produziu, sob o rígido controle da camarilha maoísta, uma espécie de capitalismo estatal que diante da crise terminal do rentismo financeiro dos EUA, se postula hoje como uma nova força imperialista hegemônica mundial.
Porém o programa econômico do “triunfo chinês”, tão acalentado pela esquerda reformista, não tem nada de socialista e segue mesma lógica da acumulação primitiva do capital, onde a vida humana e a natureza são apenas fontes de lucro. A exploração industrial da “energia dos ventos” em escala planetária, é mais uma prova concreta do caráter mercantil da burocracia restauracionista chinesa, travestida de “comunista”.