A exquerda lulopetista “chapa branca” que aplaude o recrudescimento do regime político pela via do Bonapartismo Judiciário do STF tem um aliado nesta empreitada, o PSTU. Não é de se estranhar, ninguém pode esquecer que os Morenistas também apoiaram a famigerada “Operação Lava Jato” que prendeu arbitrariamente dirigentes do PT e o próprio Lula. Em resumo, o PSTU é “coerente”… esteve ao lado do Moro contra Lula e agora aplaude “Xandão” contra Bolsonaro, mas sempre se postou no campo político da sanha policialesca do Judiciário de “punir” os supostos corruptos petistas e agora os pretensos golpistas da extrema-direita, atuando como um poder policial intocável e sem qualquer legitimidade popular cujo objetivo estratégico é perseguir e encarcerar a vanguarda classista em nosso país quando esta questione nas ruas a ordem burguesa.
O jornal Opinião Socialista que antes pedia “prisão para Lula” na época do “Mensalão” acaba de estampar a capa “Bolsonaro réu por tentativa de golpe!” (27/03) em que celebra a decisão do STF de denunciar Bolsonaro e outros sete membros de seu governo por supostamente tentar dar um golpe de estado em 8 de janeiro de 2023. Segundo o PSTU “Bolsonaro virou réu, nesta quarta (26), por tentativa de golpe de Estado. Mas é preciso ir além e exigir investigação e prisão de todos os golpistas, a começar por ele próprio e a sua família, o alto comando das Forças Armadas que, ou estiveram diretamente ligados na trama golpista, ou se omitiram e prevaricaram, assim como os financiadores desse plano sórdido. Por enquanto quem pagou o pato foram só alguns peixes pequenos, é preciso exigir a prisão dos tubarões, ou seja, de quem planejou, organizou e financiou a tentativa de golpe. Sem anistia pra golpista e prisão de Bolsonaro e a sua corja já!”. Como vemos o PSTU se transformou em papagaio da Globo e do Lulopestismo, patrocinando ilusões de que o STF pode ter um papel “progressivo” na luta contra Bolsonaro e dos velhacos fascistóides quando na verdade esse arco envereda pelo caminho do apoio a ditadura do judiciário.
Ocorre que o julgamento de conjunto é uma ação completamente arbitrária na medida que o 8 de janeiro não passou de uma manifestação de Bolsonaristas desarmados e sem apoio do alto comando do FFAA contra as instituições burguesas, com o julgamento atual servindo de fato para o “Supremo” pavimentar com o regime do bonapartismo judiciário em nosso país, impondo uma verdadeiro ditadura da toga que atua sem ter nenhum respaldo popular e pode punir quem deseja de acordo com seus interesses, inclusive em futuro breve poder se voltar contra os sindicatos e o conjunto da vanguarda operária e camponesa, inclusive contra seus dirigentes reformistas, que entrem objetivamente em choque com a ordem burguesa que o STF se coloca como principal defensor.
O que o PSTU chama de “tentativa de golpe” é ofender o monumento da “Justiça” fincado na frente do STF, considerada por Moraes uma ação subversiva e de alto teor de periculosidade para as instituições da república da democracia dos ricos, cuja Corte Suprema defende com afinco por mais de um século! Diferente do PSTU, os Marxistas Leninistas estão na linha de frente para afirmar que o povo trabalhador brasileiro não deve ter o mínimo respeito por uma instituição burguesa, a mais corrupta do país e com larga trajetória golpista, e de total submissão aos ditames econômicos e políticos da Governança Global do Capital Financeiro.
Não custa lembrar que o PSTU defendeu por anos a fio a Operação Lava Jato comandada pela quadrilha fascista da “República de Curitiba” em nome do combate a corrupção. “Lula foi denunciado pelo MPF e existe a possibilidade de que seja preso… Nós defendemos a prisão e expropriação dos bens de todos os corruptos. E isso significa exigir a prisão de Lula” explicava Eduardo Almeida em novembro de 2016. Não há novidades nessa conduta transloucada do PSTU. Lembremos que o PSTU descobriu um caráter progressivo (não confundir com seletivo!) da operação comandada por Moro/Dellagnol: “A Lava Jato é produto da imensa crise econômica, social e política que se abateu sobre o país. Alguns autores a comparam com o Tenentismo, movimento que de alguma maneira refletia as classes médias descontentes na República Velha e que vieram depois apoiar a posse de Getúlio Vargas na revolução de 30. De certa forma, procuradores do MPF etc., refletem a crise e escapam ao controle” (PSTU,10.05.2017). Os Morenistas chegaram a comparar a Lava Jato com o movimento tenentista que questionou o domínio das oligarquias reacionárias sobre a política nacional e deu origem a Coluna Prestes! Agora apresentam o STF como “guardião da democracia”!
Com “Trotskistas” como esses do quilate do PSTU, impressionistas e ingênuos, a vanguarda classista nunca vai superar o reformismo da Frente Popular, ao contrário, os revisionistas não passarão de “pata esquerda” do Lulopetismo!
O PSTU não denuncia que ao tipificar um protesto político de rua, desarmado, mesmo sendo organizado pela direita bolsonarista (isso não muda seu caráter), como uma “ação terrorista contra a democracia”, o STF abre um perigosíssimo precedente contra o direito constitucional as liberdades democráticas e de livre organização política em nosso país. Se existe a gestação do fascismo neste momento este não virá das patéticas hordas bolsonaristas, e sim do próprio ventre das chamadas “instituições democráticas” como o STF. As decisões arbitrárias do STF são a ponta de lança desta ofensiva reacionária chancelada pela Governança Global do Capital Financeiro.
O STF, em seu conjunto, é apenas um mero marionete repetidor da ordenação global que parte dos “sócios proprietários” do Clube de Bilderberg. Se amanhã a elite do capital financeiro mundial mudar sua orientação ideológica, em função da correlação de forças e da crise capitalista internacional, veremos os “democratas” do STF promover ataques furiosos contra as liberdades de livre organização política e com “sangue nos olhos” contra seus antigos aliados da exquerda domesticada.
Ao se postar no campo do Lulopetismo diante da disputa fratricida dos dois bandos capitalistas o PSTU acaba por defender vergonhosamente a legitimidade das instituições apodrecidas do Estado burguês, quando a tarefa dos Marxistas Revolucionários é justamente o contrário: desmascarar o conjunto do regime da democracia fraudada, que não respeita a soberania popular e manipula os resultados eleitorais em favor do gerente que melhor defende os interesses da burguesia e do imperialismo a frente do Palácio do Planalto!
