Logo após a decretação do tarifaço imposto por Trump, o consórcio mundial da mídia corporativa vêm afirmando que: “A globalização, como conhecemos nas últimas décadas, chegou ao fim”, “tese” que também é seguida pela esquerda reformista. Alguns analistas econômicos, em particular os russos, chegam a dizer que Trump está promovendo “Uma revolução no capitalismo mundial”. Mas será que a “guerra comercial“ declarada pelos EUA significará mesmo o fim da globalização da economia capitalista? Nós da LBI dizemos que não! As medidas alfandegárias de Trump representam apenas um “tiro de festim” na Governança Global do Capital Financeiro e logo serão contornadas, seja pela via política do Congresso norte-americano ou por “métodos não convencionais” utilizados pelo Deep State ianque contra seus “alvos incômodos”. A postura protecionista dos Estados Unidos é um ato de fraqueza da decadente burguesia industrial estadounidense, longe de ser uma “medida de força”, força essa que nem ela e tampouco o governo Trump detém no cenário mundial. Ao contrário de ex-presidente Biden, e os atuais governos imperialistas europeus, que estão totalmente alinhados com a “pauta” da Governança Global, Trump é um “ rebelde”, com sua “causa” nacionalista ianque fadada a derrota no curto prazo.
O reacionário Republicano, de forma inédita para um presidente dos EUA, não controla a OTAN, o FMI e sequer o Banco Mundial, isso sem falar no próprio FED(o “cofre” do planeta)que institucionalmente sempre esteve autônomo da Casa Branca. Seus antigos vassalos europeus agora seguem as “ordens suicidas” da Governança Global, optando por incentivar uma guerra que está levando o velho continente a recessão econômica. A razão é bem simples, são as ordens do Deep State que neste momento não partem mais da Casa Branca. Trump apresentou uma proposta “salvadora” para tirar a Alemanha da crise: acabar com a guerra por procuração na Ucrânia. Entretanto a resposta do governo alemão foi em outra direção: “optamos por comprar gás natural pelo triplo do preço” e afundar nossa indústria nacional, mas será que os alemães ficaram burros de uma hora para outra? Nada disso, está seguindo o “ditado” do Deep State, neste caso protegendo o complexo bélico industrial, que quer a guerra na Ucrânia mesmo quando o presidente dos EUA manda parar o conflito militar.
A suposta “ameaça”russa (inexistente) contra a Europa é invocada pela Governança Global para aumentar as despesas dos Estados nacionais com armamento, consideradas “necessárias” pelos governos vassalos europeus da Nova Ordem Mundial do Capital Financeiro. Trata-se, evidentemente de um fenômeno novo, ou seja, contrariar à vontade do chefe na Casa Branca, e “roubar” o controle da OTAN, da mesma forma que o país “parteiro” da globalização neoliberal agora se volta com muita vontade na direção do protecionismo comercial. Por outro lado, para recompensar as perdas dos rentistas e suas corporações com os abalos bursáteis, Trump acena com a aquisição pelas armas de novas fronteiras minerais, como a Groenlândia e parte da própria Ucrânia, mas ao que parece esse “troca-troca” não agradou ao Clube de Bilderberg.
Mas existe uma pergunta fulcral que deve ser respondida pelos Marxistas sem a menor “enrolação acadêmica”: Serão as medidas trumpistas na área das “regras” alfandegárias do comércio internacional capazes de provocar uma “revolução econômica”, ou sendo mais realista uma quebra da Nova Ordem Mundial? Vamos reforçar a resposta mais uma vez, Não! É certo que a deflagração da “guerra comercial” aprofundará ainda mais a recessão econômica mundial, mas não está ainda claro se algum “bloco de países” poderia até tirar alguma proveito do tarifaço trumpista. O impressionismo “teórico” da esquerda reformista ao abordar esta questão nos faz lembrar o que se passou no crash financeiro de 2008, onde diziam que o modo de produção capitalista não sobreviveria a crise do subprime norte-americano. A LBI ficou totalmente isolada ao prognosticar que a quebra de parte do sistema financeiro dos EUA, poderia ser contornada com os próprios mecanismos das reservas monetárias do país, criando uma “superbolha” de crédito internacional, evitando assim um colapso total da globalização. Embora contenham aspectos superficiais distintos, tanto a crise econômica de 2008, como a pandemia em 2020 e agora a “guerra comercial”, tem o mesmo fio estrutural condutor: o esgotamento das forças produtivas e a hegemonia mundial do capital financeiro parasitário. Sempre criando artifícios para prolongar a agonia mortal do capitalismo.
Sem uma intervenção independente e revolucionária da classe operária internacional para desorganizar a cúpula dirigente da Governança Global, o que é totalmente diferente da ação de blocos econômicos “multilateralistas” contra os EUA, ou vice e versa, a globalização do rentismo financeiro (com maquiagem ou de “rosto limpo”) ainda continuará hegemônica por muito tempo no planeta. Assim como a história nos deu razão em 2008 e 2020 e apesar do “cordão de isolamento” dos “teóricos” revisionistas, a luta de classes irá demonstrar ao longo do tempo que as “armas” que Trump atira contra o globalismo tem “carga de festim” (como já elaboramos com riqueza de dados em artigos anteriores sobre esse tema). Ao contrário do estardalhaço circense de Trump no campo dos “negócios internacionais”, os mísseis que hoje dispara o imperialismo ianque contra o Iêmen e ameaçam o Irã, tem carga letal e estão matando milhares de pessoas. Portanto para derrotar realmente as classes dominantes globais se faz necessário uma única ferramenta: A Revolução Proletária Socialista!