BOLSAS DERRETEM E DÓLAR SOBE: A “GUERRA COMERCIAL” SEGUE O ROTEIRO DE UM NOVO “RESET” CAPITALISTA?

INTERNACIONAL

Ações e títulos financeiros alavancados derretem nos pregões das bolsas em todo o mundo. Preço das comodities atingem o fundo do poço. Dólar dispara no mercado, o que agrada tanto o governo dos EUA como os rentistas de Bilderberg. Vendas de produtos industriais caminham para um bloqueio mundial. Mas afinal, o tarifaço trumpista não está seguindo o mesmo roteiro dos grandes “resets” capitalistas ocorridos ciclicamente nos últimos 20 anos?

Para responder essa questão, revisitamos a própria história do capitalismo norte-americano, que já atravessou políticas de tarifaços anteriormente e que também impulsionou, como a maior economia imperialista do planeta, grandes “resets” globais. Podemos iniciar com o crash das bolsas no início dos anos 30, elemento econômico detonador da chamada Grande Depressão que precedeu a Segunda Guerra Mundial. Em outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque “quebrou”. Esse crash financeiro foi o “gatilho” para disparar a que já foi considerada a pior crise econômica da história do capitalismo. Uma das estratégias econômicas fracassadas do então presidente ianque Herbert Hoover, foi a Lei Tarifária “Smoot-Hawley”, um pacote pesado impondo duras tarifas de importação de mercadorias. Este tarifaço de 1930 tem muitas similaridades com os novos impostos anunciados por Donald, inclusive o objetivo central de valorizar o dólar frente a todas as moedas do mundo.

Mas foi no próprio governo anterior de Trump que essa política “imperial” de balança de importações dos EUA já foi testada. Em 2018 o Republicano põe em marcha sua primeira “Guerra Comercial” contra a China, taxando em torno de 20% os produtos da “locomotiva” asiática. Com menos intensidade do que agora, a ofensiva trumpista sobre o governo do “Partido Comunista” produziu uma rápida valorização do dólar , assim como também uma recessão interna que vai desembocar na crise pandêmica em 2020. Com o FED “jogando dinheiro de helicóptero” para resgatar títulos podres das corporações capitalistas em processo de falência, e a economia mundial paralisada pelo bloqueio sanitário decretado pela corrupta OMS, obviamente os planos do começo de uma neoindustrialização de Trump vão por “água abaixo”, culminando com a fraude eleitoral que o tirou da Casa Branca naquele fatídico ano. Por outro lado a China resolve embarcar a fundo na farsa pandêmica, sendo premiada pela Governança Global do Capital Financeiro com um volumoso aporte de dólares para manter sua economia parada fazendo despencar o preço mundial do barril de petróleo e da tonelada do minério de ferro a quase zero. Os falsos comunistas chineses também impuseram uma repressão policial sanitária sem limites contra sua população, dando um exemplo aos capitalistas de todo o planeta de como disciplinar o proletariado pela via do “terror sanitário”, porém essa já é outra história…

Voltando a “resenha chinesa” para essa emblemática semana, o pânico internacional no mercado de ações forçou o governo de Pequim a intervir para estabilizar os seus próprios mercados. Vários fundos estatais, como Central Huijin, Chengtong e Guoxin, anunciaram compras de ações. Ao mesmo tempo, empresas como a gigante petrolífera Sinopec e a companhia aérea de baixo custo Spring Airlines anunciaram compras de ações para sustentar seus preços. Esta manhã, o banco central chinês (BCC) anunciou que apoiaria essas recompras com uma boa dose de crédito adicional, se necessário fosse. Vale lembrar que o yuan (RMB) não é uma moeda de livre flutuação como o dólar ou o euro e seu valor pode somente flutuar dentro de uma faixa de 2% em ambos os lados da taxa diária definida autocraticamente pelo BCC. O anúncio destas medidas restauraram rapidamente a confiança nos mercados da China, que conta com o suporte dos grandes “fundos de investimento”, como por exemplo o BlackRock.

De acordo com os dados do próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia capitalista mundial sofreu uma contração de 4,9% durante a crise pandêmica de 2020. Os ativos financeiros sofreram perdas bem maiores, porém o dólar “sobreviveu” ileso, reforçando a posição do autônomo FED como o “cofre central” do planeta. No atual regime de “reprodução artificial” do capital financeiro, ao contrário do que não acontecia em 1930 pelas limitações da época, o rentismo possui uma necessidade cíclica histórica de desvalorizar drasticamente seus títulos bursáteis de todas as espécies(públicos e privados), para que possam voltar a se valorizar no mercado especulativo. Sem esses “ajustes” forçados de “N” maneiras, as conspirações secretas do “Deep State” que hoje a esquerda institucional domesticada insiste em negar, o capitalismo entraria em um processo de explosão autofágica irreversível, sem que isso significasse necessariamente um “avanço revolucionário”. A “Guerra Comercial” de Trump pode estar conectada a estes interesses econômicos da Governança Global, embora também expresse o último “suspiro mortal” da burguesia industrial ianque, que volta a estar representada na Casa Branca. Mas tudo isso acontece como um grande teatro midiático armando para camuflar a crise estrutural do capitalismo, “vendendo” a imagem de Trump como o grande “vilão do planeta” .