Donald Trump se reuniu com o carniceiro Benjamin Netanyahu neste 7 de abril da Casa Branca. O pirotécnico presidente ianque anunciou negociações com o Irã na coletiva de imprensa conjunta. As tratativas “indiretas” entre Washington e Teerã estão programadas para ocorrer no sábado. “Temos uma reunião muito importante, e veremos o que acontece. Acho que todos concordam que chegar a um acordo seria preferível a fazer o óbvio, e o óbvio não é algo em que eu queira me envolver”, disse ele referindo-se à possibilidade de lançar um ataque militar contra o Irã. Pelo que se pode compreender dessas declarações de Trump abre-se a possibilidade de “negociações” em que o imperialismo ianque e Israel exigem humilhantes e inaceitáveis concessões do Regime do Aiatolás, como fim do programa nuclear persa e de sua indústria militar além de romper seu apoio ao grupos xiitas no Iraque e ao Hezbollah. Ao que tudo indica a Rússia está por trás dessa tentativa de acordo, porque um ataque dos EUA/Israel ao Irã e uma completada inação de Moscou diante desta ação militar provocaria uma grande desmoralização de Putin, tanto que o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Rudenko, declarou “Um ataque dos EUA ao Irã teria consequências terríveis para a região. Ameaças estão de fato sendo ouvidas, ultimatos também estão sendo ouvidos. Consideramos tais métodos inapropriados, os condenamos, os consideramos uma forma de (os EUA) impor sua própria vontade ao lado iraniano”.
Trump chegou a dizer que o regime israelense não buscaria envolvimento em tal cenário “se pudesse evitá-lo”. “Esperamos que essas negociações sejam bem-sucedidas”, concluiu Trump. Netanyahu teria respondido ao anúncio exigindo o desmantelamento completo, não apenas o congelamento, da infraestrutura de energia nuclear do Irã, que especialistas nucleares internacionais investigaram e não encontraram sinais de desvio para fins militares. Netanyahu foi informado durante a reunião com Trump que o regime israelense estaria envolvido na definição do conteúdo das negociações, chamando isso de “um aspecto muito positivo”.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abbas Araqchi, confirmou a realização de negociações indiretas com os Estados Unidos no próximo sábado em Omã, em uma mensagem publicada em sua conta X, após declarações feitas por Trump. Teerã tem enfatizado consistentemente que quaisquer negociações devem ser baseadas no respeito mútuo e no levantamento completo das sanções ilegais e unilaterais de Washington, particularmente aquelas impostas pela chamada campanha de “pressão máxima” de Trump.
Para preparar o futuro ataque, Trump usou a reunião para destacar a ajuda militar de Washington a Israel, declarando que “os Estados Unidos dão a Israel US$ 4 bilhões por ano”, US$ 1 bilhão além da ajuda anual dos EUA. Os Trotskystas não conferem nenhuma legitimidade as ações militares ianques ou sionistas contra o regime nacionalista burguês do Irã, apesar das diferenças de classe e programa que temos com os Aiatolás. Sem dúvida se aproxima um confronto militar de grandes proporções na região, seja pela indução guerreirista do imperialismo ianque, ou pela própria crise interna do sionismo.
Os Marxistas Leninistas conhecem muito bem a incapacidade histórica do nacionalismo burguês em levar até as últimas consequências a luta contra o imperialismo, porém em plena etapa de profunda crise de acumulação do capital, e que aponta objetivamente para um período já aberto de pré-III Guerra Mundial, os “vacilos e ilusões” da camarilha restauracionista de Putin diante do imperialismo ianque, podem custar a sobrevivência política do regime pós soviético.
Os Leninistas não têm acordo programático algum com o regime dos aiatolás, e por consequência mantém toda a caracterização acerca do caráter de classe burguês do governo iraniano. Entretanto, como já afirmamos em inúmeras declarações, não somos neutros diante de um conflito entre o imperialismo ianque, e seu “cão de guarda” terrorista, e a nação persa.
Estamos neste caso incondicionalmente no campo militar do Irã contra os EUA e seus prepostos subalternos da OTAN no Oriente Médio. Defendemos intransigentemente o direito do governo iraniano possuir arsenal militar atômico, em defesa da nação oprimida contra os assassinos sionistas, armados com o que existe de mais avançado em termos de armas nucleares. Não somos neutros, ou mesmo nos abstemos de assumir uma posição clara no conflito entre a nação persa e a Casa Branca e seu enclave militar na região: sem depositar nenhuma confiança ou apoio político no regime dos aiatolás, estamos na trincheira do Irã, contra as provocações e ataques promovidos pelos carniceiros do imperialismo ianque, sejam os Republicanos com Trump ou genocidas Democratas.
Não nos omitiremos de estabelecer uma unidade de ação com o Regime dos Aiatolás, diante de uma agressão imperialista, alertando que este poderá capitular a qualquer momento. Por esta mesma razão, chamamos o proletariado persa a construir uma alternativa revolucionária dos trabalhadores que possa combater consequentemente o imperialismo e derrotar posteriormente todas as alas do regime, denunciando. É bom lembrar que os Marxistas já estabeleceram uma frente única com os aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime pró-imperialista, apesar de conhecerem o caráter de classe da direção religiosa muçulmana.
Os Revolucionários defendem integralmente o direito do Irã a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance para se defender do imperialismo e do sionismo. Porém, compreendem que a tarefa de defender o Irã inclusive contra sua burguesia nativa está, antes de tudo, nas mãos do proletariado mundial e das massas árabes. Somente elas podem lutar consequentemente pela derrota do imperialismo em todo o Oriente Médio, abrindo caminho para sepultar a exploração capitalista interna que condena a miséria os explorados da região!