A imposição de tarifas de importação impostas pelo governo dos EUA contra a China não representa uma ação do conjunto de sua classe dominante, a chamada “Guerra Comercial” é promovida apenas por um setor da burguesia industrial ianque que está agrupada em torno das iniciativas econômicas do governo Trump, por razões de sua própria sobrevivência material e histórica. As grandes corporações financeiras concentram seus investimentos no “gigante asiático”, além de “torcerem” politicamente pelo triunfo do pseudo “comunista” Xi Jinping.
Segundo o governo de Pequim Trump não conseguirá deter a “globalização econômica”, que é definida em um editorial do jornal oficioso da burocracia chinesa, o Global Times, como um :”Caminho inevitável para o progresso humano, enquanto a cooperação aberta é uma tendência irreversível da história”. Por isso a mídia do PCC garante que esses processos globalistas do capital financeiro não podem ser modificados por decisões unilaterais de um gerente de turno da Casa Branca. Até o mais ingênuo observador da conjuntura mundial pôde concluir: o capital financeiro internacional que hegemoniza o modo de produção capitalista, está com a “China até o pescoço”…
Se a Casa Branca não tomar medidas para renegociar todas as tarifas de exportação e importação com a China, o resultado será uma nova recessão econômica global, no sentido oposto a tentativa de Trump de trazer de volta milhões de empregos aos EUA por meio de sua “Guerra Comercial”. Entretanto esse movimento, no sentido de impulsionar um novo “reset” mundial parece coadunar com o projeto econômico do Fórum Econômico de Davos para 2025, apesar de toda demagogia do consórcio da mídia corporativa em “condenar” o “diabólico” presidente Republicano. Vale recordar que a China também aceitou de “muito bom grado” a farsa pandêmica da Covid em 2020, imposta pela Governança Global do Capital Financeiro, apesar de suas exportações terem sido paralisadas no mercado internacional de mercadorias por quase um ano inteiro. Como Marx nos ensinou com sua ciência do materialismo histórico dialético, a aparência dos fenômenos políticos e econômicos produzidos na sociedade de classes, não corresponde a sua essência.
Os acontecimentos econômicos da semana passada até hoje expõem de forma contundente os fundamentos de classe do Estado capitalista, onde o reacionário Trump é apenas o gerente de turno eleitoral. O “poderoso” Trump ruiu diante das demandas do mercado de títulos financeiros, controlado pela Governança Global. Wall Street precisava de uma correção de curso, e conseguiu. As perdas trilionárias do mercado bursátil e os tremores no mercado de títulos financeiros do Tesouro norte-americano foram suficientes para forçar uma retração repentina da Casa Branca, revelando que os grandes fundos dos rentistas apátridas apostam muito mais no governo do Partido Comunista Chinês do que em Trump.