O caso de evidente manipulação dos resultados e cartões no futebol brasileiro veio à tona mais uma vez com o “caso Bruno Henrique”. O jogador do Flamengo favoreceu apostadores de Bets ao informar seu irmão que iria tomar um cartão amarelo propositalmente em um jogo contra o Santos. Ele foi indiciado pela PF e esse episódio joga luz novamente no poder das grandes corporações no esporte em geral e no futebol em particular. O pano de fundo é o grande negócio do futebol-mercadoria, desde as contratações milionárias até caríssimos direitos de imagem e transmissão de TV, passando pela manipulação de resultados com aliciamento de jogadores e árbitros.
As casas de jogo (Bets) são cada vez mais poderosas em um país de que tem o futebol como seu único esporte nacional com apelo de massas. A Betano, envolvida no episódio com o jogador do Flamengo, patrocina o Brasileirão e é anunciante forte na Globo. Segundo levantamento o varejo brasileiro deixou de faturar de R$ 103 bilhões ao longo do ano de 2024 em decorrência do redirecionamento dos recursos das famílias para as Bets. Os apostadores brasileiros destinam até R$ 30 bi por mês para as Bets, informou em março o BC, cujo governo Lula liberou a jogatina sem uma taxação altíssima como faz com as pessoas físicas via alíquota do imposto de renda que chega a quase 30% da renda do trabalhador.
Para se ter uma ideia do que estamos falando, a Secretaria de Apostas Esportivas do Ministério da Fazenda publicou uma instrução normativa sobre a taxa de fiscalização mensal das Bets autorizadas a atuar no Brasil que vai até R$ 1,9 milhão. A instrução normativa é referente ao recolhimento da taxa de fiscalização pela exploração das loterias de quota fixa pelas casas de apostas. O valor deve variar entre R$ 54 mil e R$ 1,9 milhão por mês, e tem relação com as movimentações financeiras de cada negócio, ou seja, uma “merreca” diante do volume bilionário de recurso que as Bets movimentam e enviam para fora do país, como verdadeiras abutres estrangeiros.
Esse é o grande roubo bilionário que está sendo operado no Brasil, cujas apostas deveriam ser centralizadas pelo Estado como os jogos nas casas lotéricas da Caixa Econômica Federal via plataforma digital. O neoliberal governo burguês de Lula fez o inverso…
Não por acaso a Famiglia Marinho e seus escribas na mídia (como a bancada do SPOTV) dizem que as Bets são “vítimas no esquema de manipulação de resultados”, quando na verdade são as plataformas de opostas e a mídia corporativa que fazem da mercantilização do futebol um mega- negócio que comporta todo tipo de manipulação e trapaças, a começar com um campeonato de série A com times tendo orçamentos centenas de vezes maiores que outros, em um campo de disputa totalmente desigual, onde os jogadores celebridades ganham no mínimo 1 milhão de reais por mês e ainda assim querem mais, como vemos no caso de Bruno Henrique e seu entorno. É como diz a música Reunião de bacana do Fundo de Quintal… “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão, se gritar pega ladrão, Não, não fica um!”
As Bets têm seus nomes estampados nas camisas dos principais clubes do Brasil, compram até estádios e pesado espaço na mídia. São empresas capitalistas poderosas, muitas delas atuando no mundo inteiro e aliciando os gerentes estatais como Lula e Haddad.
A Betano, por exemplo, pertence ao grupo Kaizen Gaming International Limite com sede na Grécia e atuação na Europa e América. A Bet 365 é uma multinacional com sede no Reino Unido. Outras para fins promocionais se apresentam com totalmente brasileiras, caso BetNacional, divulgada por Galvão Bueno, mas não passam de fachada para investidores internacionais com seus estafetas no Brasil que manipulam a opinião popular e o exploram o sentimento de amor pelo futebol.
A Globo, as Bets, as grandes corporações capitalistas são os grandes ladrões no mercado do futebol-mercadoria, que elitizam o esporte com ingressos caríssimos e contratações fora da realidade do povo trabalhador, tornando tudo um grande espetáculo para gerar lucros, longe dos anseios do povo trabalhador.
O caso Bruno Henrique e a manipulação de resultados nas apostas de “Bets” demonstram o que a mídia corporativa sob o comando da Globo deseja encobrir, usando para isso o cínico discurso da ética que só serve para terceiros. Na verdade as mega-corporações exploram o negócio bilionário do futebol-mercadoria e ainda mandam prender os “pequenos ladrões” que também querem ganhar uma “ponta”, como o entorno familiar do mercenário Bruno Henrique.