CHINA: O NOVO “TIGRE DE PAPEL” DA GOVERNANÇA GLOBAL DO GRANDE CAPITAL FINANCEIRO EM MEIO A “GUERRA DAS TARIFAS” DE TRUMP

LBI

Mao Tse Tung popularizou a expressão “Tigre de papel” no cenário político mundial. Em 1956 ele declarou “Na aparência é muito poderoso, mas, na verdade, não é nada a temer; é um tigre de papel. De fora um tigre, dentro é feito de papel, incapaz de resistir ao vento e à chuva. Acredito que não é mais que um tigre de papel” se referindo ao imperialismo ianque. Recorremos a essa nova aplicação do termo “Tigre de papel”, agora mirando na burocracia capitalista do PC Chinês para demonstrar ironicamente que em meio a chamada “Guerra Comercial” entre os EUA (na verdade entre o governo Trump que representa um setor da burguesia ianque) e a China, encontramos muito mais interesses em comum entre a classe dominante dos dois países e de suas gerencias estatais do que conflitos em função de que ambas estão submetidas a Governança Global do Capital Financeiro, ou seja, todo o oposto do que apresenta a mídia corporativa mundial e a esquerda reformista que vem alardeando que essa “guerra de tarifas” está levando a implosão da atual Nova Ordem Capitalista Global.

A ascendente burguesia chinesa, capitalizada pelos rentistas globais, que elevou o patamar da China a categoria de segunda “potência econômica mundial” ou mesmo a primeiro lugar para seus mais ardorosos fãs, é produto direto dos investimentos trilionários do capital financeiro internacional no país asiático, este montante de reservas monetárias que vieram das corporações imperialistas não foi “doado filantropicamente” a China para que se desenvolvesse, foi investido para reprodução e retorno do capital, agora multiplicado, para as mãos dos grandes rentistas globais, que tem na sino burguesia sua sócia minoritária, ou seja, ela é um “Tigre de papel” que não vai romper com essa ordem mundial que pariu por conta de uma “guerra de tarifas” completamente inócua levada a cabo de forma suicida por Trump.

Logicamente o “segredo” encoberto do “milagre econômico” do gigante asiático não é o pseudo “socialismo chinês” com suas “peculiaridades nacionais”, mas o enorme potencial da classe operária, educada cientificamente e formada tecnicamente nas excelentes escolas e faculdades do antigo Estado Operário, agora destruído e substituído por um simulacro de regime “socialista de mercado” que está assentada em uma forte ditadura da burocracia do PC Chinês.

O proto imperialismo chinês é totalmente subordinado e dependente ao capital financeiro internacional, que tem sua matriz dominante em Wall Street e não em Pequim. A conversão do Estado Operário chinês a globalização capitalista, embora tenha sido controlada com “mão de ferro” pela burocracia maoísta, catapultou o país asiático como uma espécie de subimperialismo, embora com características gigantescas.

Entretanto a transição do regime econômico da China, ou seja, do Estado Operário burocratizado para as leis do mercado capitalista, ocorreu sob o intacto controle do Governo do Partido Comunista (PCC). Esta “particularidade” chinesa irá explicar o fato de que apesar do governo do PCC ser um importante associado nacional da Governança Global do Capital Financeiro, inclusive seguindo sua disciplina programática como demonstrou na farsa da Pandemia Covid, ainda mantenha atritos significativos com o imperialismo ianque, tanto na área comercial como militar.

Exatamente por isso os burocratas restauracionistas resolveram impulsionar o mito ideológico do chamado “Sul Global” e do “Mundo Multipolar”, não para confrontar o imperialismo ianque e seus apêndices europeus, mas para delimitar seu próprio espaço mercantil, principalmente na rica região de recursos naturais da Eurásia, onde a “locomotiva capitalista chinesa” pretende ser hegemônica.

Essa estratégia da “comunista” burocracia chinesa não passa de uma tentativa de preservar as relações de produção capitalista com uma “maquiagem” mais humana e justa, aos olhos embotados do proletariado mundial. Um verdadeiro amálgama reformista para enterrar a teoria do Marxismo Revolucionário, uma artimanha patrocinada da sino burguesia protoimperialista. Somente asseclas corruptos de todos os tipos, passando por “intelectuais” até as organizações da esquerda Social Democrata, traficam estas “teses” de um “capitalismo progressista”.

Os Leninistas Bolcheviques rechaçam vigorosamente esta farsa política do “multipolarismo”, reafirmando a via da Revolução Socialista Internacional como a única senda possível para a classe operária mundial superar todas as injustiças do modo de produção capitalista.

A classe dominante chinesa é fortemente ligada aos interesses econômicos de seu parceiro imperialista, os EUA e se propõe a constituir um elo confiável na repartição da mais valia mundial. Muitas vezes mostra os dentes midiaticamente como nessa “guerra comercial” em curso mas não passa de um “Tigre de papel” cujos laços políticos e econômicos são controladas em última medida pela Governança Global do capital financeiro.