GOVERNO DO PAQUISTÃO ALERTA A ÍNDIA: “O CORTE NO CURSO DO RIO INDO SERÁ CONSIDERADO ATO DE GUERRA”

INTERNACIONAL

Imediatamente após o regime de Nova Déli anunciar a suspensão do Tratado das Águas do Rio Indo na última quarta-feira, o governo de Islamabad alertou que tomaria medidas firmes contra qualquer ameaça de seu vizinho indiano de reduzir seu abastecimento de água da bacia do Indo. “Qualquer tentativa de interromper ou desviar o fluxo de água pertencente ao Paquistão sob o Tratado das Águas do Indo, ou invasão dos direitos dos estados ribeirinhos inferiores, será considerada um ato de guerra e será enfrentada com força total”, declarou o governo paquistanês após uma reunião do Comitê de Segurança Nacional (NSC) presidido pelo reacionário Primeiro-Ministro Shehbaz Sharif.

O Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960 e negociado com a mediação do Banco Mundial, tem sido uma estrutura legal crucial para a gestão dos recursos hídricos compartilhados entre a Índia e o Paquistão por mais de seis décadas, sobrevivendo até mesmo a períodos de intenso conflito militar entre ambas países, historicamente rivais.

Além do conflito pelas águas do Rio Indo, existe uma grave disputa territorial entre os dois países. A Caxemira é disputada pela Índia e pelo Paquistão desde o fim da colonização formal da Inglaterra sobre o território indiano, em 1947. O imperialismo do Reino Unido dividiu o território colonizado entre a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana, deixando também a Caxemira, que foi posteriormente dividida entre os dois países pela Índia. O território caxemire é rico em depósitos minerais como carvão, calcário e gipsito, além de ter vastos recursos aquáticos.

As tensões entre as duas nações vizinhas, ambas potências nucleares, aumentaram após um ataque terrorista(grupos armados maoístas)na última terça-feira na região da Caxemira administrada pela Índia, que matou 26 turistas. O governo Narendra Modi, de extrema direita, culpou grupos militantes maoístas do Paquistão pelo ataque na conflagrada região.

Desde 1989, a região da Caxemira controlada com “mão de ferro” pela Índia tem sido palco de uma insurgência armada protagonizada por organizações guerrilheiras. Os genuínos Marxistas Leninistas não concordam programaticamente com a estratégia do foquismo, porém estão muito distantes de serem adeptos do pacifismo pequeno burguês, como é o caso de todas as tendências revisionistas do morenismo e afins (PSTU, MRT, PTS, CST,etc..).

Neste sentido, em caso de deflagração de uma guerra regional envolvendo os dois governos reacionários(Índia e Paquistão), estaremos incondicionalmente no campo da guerrilha maoísta em oposição a qualquer tentativa de repressão militar contra suas fileiras, vindo de qualquer front burguês.