Neste domingo (19/01) entrará em vigor o “cessar-fogo” entre o Hamas e Israel. Trata-se de uma vitória da resistência armada palestina, a trégua só foi alcançada porque nenhum dos objetivos declarados pelo governo genocida de Netanyahu na guerra de Libertação Palestina em Gaza se materializou. Após 15 meses de combates na Faixa de Gaza, no sul do Líbano e na Cisjordânia, o regime sionista foi forçado a aceitar um “cessar-fogo” que havia rejeitado desde o início. Os Marxistas Leninistas saúdam como uma vitória militar e política a decisão do Hamas em estabelecer a trégua tática com os terroristas de Israel, ao mesmo tempo que alertamos para as próximas armadilhas que os sionistas já devem estar armando contra o conjunto do Eixo da Resistência, notadamente os alvos serão o Iêmen e Irã. Chamamos a atenção que é imprescindível abstrair as lições do cessar-fogo no Líbano para Gaza, assim como Israel organizou a invasão a Síria após o acordo seu próximo alvo agora é o Irã!
Não esqueçamos que o primeiro ataque da história já realizado pelo Irã em território israelense, ocorrido no dia 13/04, foi uma operação militar muito bem sucedida que lançou mais de 300 projéteis ao território de Israel, assim como foi exitoso seu sistema de autodefesa ativado na época contra drones lançados pelo ISIS, milícias fundamentalistas que atuam no interior do irã a serviço dos EUA e Israel. Estes grupos terroristas alimentados economicamente pelo sionismo em aliança com o Pentágono, já operaram ataques de sabotagem com drones contra refinarias iranianas, além de ações criminosas contra o regime nacionalista burguês dos aiatolás. Além do altíssimo custo financeiro para o governo de ocupação israelense (já exaurido pelos gastos do massacre em Gaza), ação serviu para o Irã coletar informações sobre a tecnologia de ponta de EUA e Israel, utilizada para repelir o ataque, além de indicar capacidade da nação persa de atingir qualquer alvo dentro do país.
Essa realidade é inadmissível para Israel e os EUA, por essa razão após a trégua em Gaza Netanyahu e Trump planejam um ataque ao Irã, seguindo o roteiro do “cessar-fogo” Líbano que veio seguindo logo após o ataque dos terroristas do HTS a Síria, ofensiva militar apoiada pela Turquia que acabou por derrubar Assad.
As forças militares do Irã dispararam em 2024 algumas centenas de drones que levaram três horas para chegar até Israel. O Regime dos Aiatolás queria que os israelenses e os norte-americanos disparassem sua tecnologia mais recente contra eles. E, só os israelenses, dispararam mísseis no valor de US$ 1,35 bilhão, corresponde a mais de R$ 7 bi. Para o irã custou menos de dois milhões de dólares seu ataque com Drones e obrigou Israel a gastar mil vezes mais do que o custo do ataque para o repelir. Além disso, os norte-americanos e israelenses dispararam todos os seus mísseis de superfície, sua tecnologia mais recente. Tudo isso foi feito para coletar informações, porque os iranianos não estavam usando nenhuma de suas novas tecnologias, portanto, não estavam fornecendo nenhuma informação com esses drones antigos. Mas eles estavam coletando informações e fazendo com que os israelenses e os norte-americanos executassem seu plano.
Houveram danos causados pelo ataque iraniano à base militar do sul de Israel, mas só o fato de Teerã ter conseguido atingir o alvo já é uma grande conquista militar. Isso dá ao país a confiança de que o Irã é capaz de se defender e até mesmo causar danos significativos em breve ao enclave sionista! Repetimos, essa realidade tem que ser demolida pela ótica dos sionistas e do imperialismo ianque.
Tanto a estratégia iraniana foi muito inteligente, quanto a capacidade dos mísseis. Há fotos de satélite das bases e temos imagens de mísseis atingindo as bases, o que mostrou ao mundo que o enclave sionista é bastante vulnerável. Nesse sentido é preciso reforçar o apoio da resistência árabe em sua luta pela destruição do enclave sionista, alertando que o Irã é o próximo alvo de Israel e dos EUA!
Trump e os Republicanos desejam atacar militarmente o Irã o mais rápido possível, tendo Israel como aliado nesta empreitada belicista. O “cessar-fogo” em Gaza tem por objetivo liberar as forças militares sionistas até então represadas e fatigadas diante dos conflitos com o Hamas e Hezbollah. O objetivo central do Pentágono continua após derrubar Assad, debilitar ainda mais o Hezbollah e seguir sem maiores obstáculos em seu plano de atacar Irã.
Sempre declaramos que os revolucionários não são partidários do Regime dos Aitolás no Irã, embora reconheçamos os avanços anti-imperialistas conquistados pelas massas em 1979. Sempre alertamos que a burguesia iraniana, diante de seu isolamento internacional e das sanções impostas pela ONU, estava buscando um acordo estratégico com o imperialismo ianque e europeu. Agora essa etapa se rompe.
O imperialismo ianque e Israel exigem a rendição completa do Irã, perspectiva que sofre grande resistência interna, particularmente pelas massas iranianas que viram a barbárie imposta à Líbia e a destruição em curso na Síria. Frente a esta situação, defendemos integralmente o direito deste país oprimido a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance.
É absolutamente sórdido e cretino que o imperialismo ianque e seus satélites pretendam proibir o acesso à tecnologia atômica aos países que não se alinham com a Casa Branca, quando esta arma “até os dentes” Estados gendarmes como Israel com farta munição atômica.
Como Revolucionários não dissimulamos em um só momento o caráter burguês e obscurantista do regime nacionalista do Irã. Mas estes fatos em nada mudam a posição comunista diante de uma possível agressão imperialista contra uma nação oprimida. Não nos omitiremos de estabelecer uma unidade de ação com o Regime dos Aiatolás, diante de uma agressão imperialista. Por esta mesma razão, chamamos o proletariado persa a construir uma alternativa revolucionária dos trabalhadores que possa combater consequentemente o imperialismo.
É bom lembrar que os Marxistas já estabeleceram uma frente única com os aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime pró-imperialista, apesar de conhecermos o caráter de classe da direção religiosa muçulmana. A perspectiva de agressão, mesmo com todas as concessões feitas pelo regime dos Aiatolás, embutem uma vingança contra a humilhação sofrida pelos EUA na desastrosa tentativa de intervenção militar no Irã, ainda sob o governo democrata de Jimmy Carter. Não temos nenhuma dúvida que o império pretende somar para suas empresas transnacionais as reservas de petróleo do Irã às da Líbia e do Iraque para, desta forma, deter a hegemonia absoluta do controle energético do planeta.
Somente idiotas úteis à Casa Branca da exquerda domesticada corrompida pela Governança Global do Capital Financeiro podem ignorar estes fatos e declarar “solidariedade” às ações militares da OTAN contra os “bárbaros ditadores” que se recusam a aceitar a “democracia made in USA”. Os Marxistas Revolucionários defendem integralmente o direito do Irã a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance para se defender do imperialismo e do sionismo. Porém, compreendem que a tarefa de defender o Irã inclusive contra sua burguesia nativa está, antes de tudo, nas mãos do proletariado mundial e das massas árabes. Somente elas podem lutar consequentemente pela derrota do imperialismo em todo o Oriente Médio, abrindo caminho para sepultar a exploração capitalista interna que condena a miséria os explorados da região.
Ao avançar contra a Síria, o imperialismo ianque e Israel derrubaram o regime Assad para chegar em melhores de condições de combate contra o seu principal alvo na região, o Irã. O processo de queda do governo de Bashar Al Assad por parte do imperialismo e de Israel, através do apoio a grupos internos “rebeldes” tribais arquirreacionários, representou o plano da Casa Branca de alterar completamente a chamada geopolítica do Oriente Médio, colocando sob seu controle não só a Síria, mas avançando em sua ofensiva sobre o Hezbollah no Líbano e, caso tenha sucesso nesta empreitada neocolonialista, assentando as bases para um ataque militar ao Irã, já que não conseguiu o apoio interno necessário para debilitar o regime nacionalista. Portanto os Trotskystas não conferem nenhuma legitimidade as ações terroristas contra o regime nacionalista burguês do Irã, apesar das diferenças de classe e programa que temos com os Aiatolás. Sem dúvida se aproxima um confronto militar de grandes proporções na região, seja pela indução guerreirista do imperialismo ianque, ou pela própria crise interna do sionismo.
Os Marxistas Leninistas não têm acordo programático algum com o regime dos aiatolás, e por consequência mantém toda a caracterização acerca do caráter de classe burguês do governo iraniano. Entretanto, como já afirmamos em inúmeras declarações, não somos neutros diante de um conflito entre o imperialismo ianque, e seu “cão de guarda” terrorista, e a nação persa. Estamos neste caso incondicionalmente no campo militar do Irã e Síria contra os EUA e seus prepostos subalternos da OTAN no Oriente Médio. Defendemos intransigentemente o direito do governo iraniano possuir arsenal militar atômico, em defesa da nação oprimida contra os assassinos sionistas, armados com o que existe de mais avançado em termos de armas nucleares. Não somos neutros, ou mesmo nos abstemos de assumir uma posição clara no conflito entre a nação persa e a Casa Branca e seu enclave militar na região: sem depositar nenhuma confiança ou apoio político no regime dos aiatolás, estamos na trincheira do Irã, contra as provocações e ataques promovidos pelos carniceiros do imperialismo ianque, sejam os Republicanos com Trump ou genocidas Democratas.